Vasectomia: Quem pode fazer? Como é feita? Quais os cuidados?

5 maio, 2025

Uma dúvida recorrente no consultório é sobre quem pode fazer a cirurgia de vasectomia, do ponto de vista legal: Qual é a idade mínima? Precisa ter filhos? A companheira precisa concordar?

No Brasil, houve alterações recentes na lei que regulamenta o planejamento familiar.  Trazendo importantes mudanças: 

  • Homens e mulheres, com capacidade civil plena e maiores de 21 anos OU com mais de 2 filhos podem realizar a cirurgia esterilizadora (a vasectomia nos homens e a laqueadura tubária nas mulheres). Aqui é importante destacar: não é necessário ter mais de 21 anos e mais de 2 filhos – basta uma das condições (exemplo: qualquer homem a partir de 21 anos de idade, independentemente de ter filho ou não, tem o direito de realizar a vasectomia). 
  • Outro detalhe importante da lei: é obrigatório ser respeitado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a cirurgia. Ou seja, entre o dia que o paciente procura o urologista desejando realizar a vasectomia, até a data da cirurgia, deve haver um prazo mínimo de 60 dias. 
  • E por último, não é necessário mais que a companheira ou esposa concorde com a cirurgia. 

Agora, falando da parte médica do procedimento da vasectomia. O princípio do procedimento é simples: interromper a via que transporta os espermatozoides (as células reprodutoras masculinas), no caso, os ductos deferentes. O procedimento é considerado de baixa complexidade, com baixa taxa de complicações.

A recuperação da cirurgia tende a ser relativamente rápida, em poucos dias o paciente está apto a voltar à sua rotina habitual.

Entre as alterações normalmente esperadas após o procedimento, o mais comum é uma leve dor local nos testículos, além de discreto inchaço, que normalmente são bem tolerados com medidas simples, como o uso de analgésicos, suspensório escrotal e compressas geladas. 





SMITH, Joseph A. et al. Hinman’s Atlas of Urologic Surgery. 4. ed. Philadelphia: Elsevier, 2018, p. 793.
 

Fimose: O que é? Como e quando tratar?

20 abril, 2025




A fimose é o fechamento ou estreitamento da pele que recobre a cabeça do pênis. Existem vários tipos e graus de fimose, além de diferentes causas...

É muito comum, por exemplo, os pais de recém-nascidos buscarem ajuda por causa do problema. Porém, a fimose em recém-nascidos é algo esperado e normalmente passageiro. Inclusive, recebe nome específico: “fimose fisiológica do recém-nascido”, ou seja, não representa um problema médico real.

A partir da infância, a fimose pode passar a trazer problemas de saúde, logo, pode começar a necessitar de tratamento.

São vários os benefícios que a correção da fimose pode representar, por exemplo, reduz o risco de doenças sexualmente transmissíveis e reduz o risco de câncer de pênis. Em alguns casos mais graves, melhora a qualidade do jato de urina e também a qualidade da vida sexual. Algumas feridas e inflamações da cabeça do pênis (balanite), bem como da pele que recobre o pênis (postite), só são resolvidas após a correção da fimose.

O tratamento da fimose depende de cada caso, nos recém-nascidos, a orientação quanto à higiene e alguns medicamentos de uso tópico (pomadas) resolvem o problema quase sempre. Da infância em diante, o tratamento pode envolver alguma modalidade de procedimento cirúrgico.

O procedimento mais tradicional é a cirurgia, conhecida como postectomia ou circuncisão. É uma das cirurgias mais antigas da História da Medicina. Consiste na retirada da pele doente que está causando a fimose e após, feito uma costura com a pele saudável. É feita em centro cirúrgico, com anestesia. Normalmente, o paciente recebe alta no mesmo dia.

Outro procedimento disponível é o plastibell, que é um anel de plástico que é colocado cobrindo a pele da cabeça do pênis que se deseja retirar. O anel vai apertando de forma controlada a pele doente e, com o tempo, ocorre cicatrização de novo tecido.

E mais recentemente foi desenvolvido e apresentado, já estando disponível no mercado, um grampeador, que recobre o pênis e ao ser acionado, retira a pele doente e já costura automaticamente a pele saudável. Porém, nem toda fimose ou paciente pode usar esse sistema, depende do grau da doença e de outros detalhes da anatomia do paciente.

Não custa lembrar, seja a postectomia, plastibell ou o grampeador, todas essas modalidades são procedimentos cirúrgicos, realizados por urologistas e em ambientes adequados, com todos os cuidados necessários.



KAYABA, Hiroki et al. Analysis of shape and retractability of the prepuce in 603 Japanese boys. The Journal of Urology, New York, v. 156, n. 5, p. 1813–1815, Nov. 1996.