“Pênis torto” e doença de Peyronie: quando se preocupar?

Muitos homens procuram atendimento preocupados ao notar que o pênis não é completamente reto. Na prática, é importante esclarecer que todo pênis tem algum grau de curvatura — e isso é absolutamente normal. A preocupação só deve existir quando a curvatura se torna patológica, ou seja, quando está associada a dor durante a ereção ou dificuldade na penetração, situação que pode indicar a chamada doença de Peyronie.

“Pênis torto” e doença de Peyronie: quando se preocupar?

Muitos homens procuram atendimento preocupados ao notar que o pênis não é completamente reto.
Na prática, é importante esclarecer que todo pênis tem algum grau de curvatura — e isso é absolutamente normal.

A preocupação só deve existir quando a curvatura se torna patológica, ou seja, quando está associada a dor durante a ereção ou dificuldade na penetração, situação que pode indicar a chamada doença de Peyronie.

 

O que é a doença de Peyronie?

De acordo com as diretrizes da EAU 2025, a doença de Peyronie é caracterizada pelo aparecimento de placas de fibrose na túnica albugínea (a membrana que envolve os corpos cavernosos do pênis).
Essas placas levam a uma curvatura anormal durante a ereção, que pode ser progressiva e causar impacto significativo na vida sexual.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Curvatura peniana acentuada.
  • Ereção dolorosa (especialmente na fase inicial).
  • Dificuldade ou impossibilidade de penetração.
  • Em alguns casos, encurtamento peniano e disfunção erétil associada.

 

Quando a curvatura é normal e quando é patológica?

  • Curvatura fisiológica (normal): discreta, não dolorosa e que não atrapalha a relação sexual.
  • Curvatura patológica (Peyronie): progressiva, acompanhada de dor, deformidade acentuada e/ou dificuldade para a penetração.

Portanto, a simples observação de que o pênis é “torto” não significa doença.

 

Tratamento da doença de Peyronie

O tratamento depende da fase e da gravidade da doença:

  • Fase aguda (inicial):
    • Dor e progressão da curvatura.
    • Tratamento geralmente conservador, com uso de medicações orais ou injetáveis para tentar reduzir a inflamação e estabilizar o quadro.
    • Acompanhamento clínico é fundamental.
  • Fase estável (placa já formada, curvatura fixa):
    • Se não houver prejuízo funcional, pode não haver necessidade de intervenção.
    • Nos casos em que há deformidade importante e prejuízo da função sexual, podem ser indicadas cirurgias corretivas, como:
      • Plicatura da túnica albugínea (encurta o lado oposto à curvatura).
      • Enxertos para corrigir grandes deformidades.
      • Prótese peniana, em casos graves associados à disfunção erétil.

 

Sinais de alerta: quando procurar o urologista?

  • Dor peniana durante a ereção.
  • Aumento progressivo da curvatura.
  • Dificuldade ou impossibilidade de manter relações sexuais.
  • Deformidades associadas, como estreitamento ou afinamento (“ampulheta”).
  • Percepção de placas endurecidas no pênis.

Nessas situações, é essencial avaliação com urologista, o profissional mais indicado para diagnosticar e orientar o tratamento da doença de Peyronie.

 

Considerações finais

  • Todo pênis apresenta alguma curvatura, o que é normal e não indica doença.
  • A doença de Peyronie deve ser suspeitada quando a curvatura é dolorosa, progressiva ou prejudica a função sexual.
  • Existem diferentes modalidades de tratamento, desde acompanhamento clínico até cirurgias, dependendo do caso.
  • O urologista é o especialista adequado para avaliar, indicar a conduta correta e acompanhar o paciente.

 

Se você percebeu mudanças na curvatura do seu pênis ou está com dor e dificuldades durante a relação sexual, procure avaliação com um urologista de confiança.

 

EUROPEAN ASSOCIATION OF UROLOGY. EAU Guidelines on Sexual and Reproductive Health. 2025. Limited Update March 2025. Arnhem, The Netherlands: EAU Guidelines Office, 2025.

 

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